Delegadas, Delegados e demais servidores públicos da área da segurança pública não terão adicional de risco de vida. Pelo menos é o que prevê o projeto de reestruturação das carreiras proposto pelo Governo do Estado, o PL 240/2024, que destinou adicional de risco de vida para carreiras de Analista de Políticas Públicas e Gestão Governamental e Especialistas. São dezenas de carreiras que em sua atuação não correm qualquer risco de vida, mas que receberão o adicional, ao contrário do que ocorrerá com policiais. Atualmente, Delegados e demais policiais civis não recebem adicional por risco de vida.
Receberão o risco de vida, sobretudo, cargos lotados na PGE, além de especialidades como Administração, Antropologia, Arqueologia, Arquivologia, Artes Cênicas, Artes Visuais, Biblioteconomia, Ciências Biológicas, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas, Conservação-Restauração, Defesa do Consumidor, Design Gráfico, Ecologia, Educação Física, Estatística, Gestão Ambiental, Gestão Pública, Hidrologia, História, Letras, Medicina Veterinária, Museologia, Música, Políticas Públicas Produção e Gestão Cultural, Psicologia, Publicidade e Propaganda, Relações Públicas, Serviço Social, Sociologia, Tradutor e Intérprete, Turismo, Arquitetura, Engenharia Agronômica, Engenharia Ambiental, Engenharia Civil, Engenharia de Agrimensura, Engenharia de Alimentos, Engenharia de Produção, Engenharia Elétrica, Engenharia Florestal, Engenharia Mecânica, Engenharia Química, Engenharia Rodoviária, Geologia, Geografia, Meteorologia, Segurança do Trabalho, Engenharia Agronômica, Engenharia Florestal, Medicina Veterinária, Ciências Sociais
“Isso é meio surreal, mas é a realidade. Os policiais civis que fazem mais de uma operação policial por semana e, literalmente, correm risco de vida não receberão esse adicional conforme o projeto de reestruturação das carreiras proposto pelo Palácio Piratini. Ao contrário, o adicional de risco de vida será dado para servidores que atuam fora da área da segurança pública. Nada contra esses servidores e essas carreiras, bem pelo contrário. Elas são essenciais. Mas há uma distorção que precisa ser corrigida”, destaca o presidente da ASDEP, Delegado Guilherme Wondracek.
Esse fato e a proposta de recomposição salarial muito aquém do esperado, fez Delegados e Delegadas de Polícia a decidir não mais participar das reuniões do RS Seguro, além de retomar o silêncio, sem dar entrevistas, além de uma série de outras medidas de protesto.
A crítica está justamente no projeto de reestruturação das carreiras do RS e, principalmente, na proposta de recomposição das perdas salariais de apenas 12%, parcelado até 2026. De acordo com a Associação dos Delegados de Polícia do Rio Grande do Sul (Asdep), a classe acumula defasagem superior a 64% desde 2014.
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